top of page

Toxoplasmose Ocular: o que você precisa saber

  • Foto do escritor: Raquel Bretas
    Raquel Bretas
  • 19 de ago.
  • 2 min de leitura


A toxoplasmose ocular é a principal causa de inflamação na retina em diversas partes do mundo. Trata-se de uma doença causada pelo Toxoplasma gondii, um parasita que pode afetar diferentes tecidos do corpo humano — incluindo os olhos.


Muitas pessoas só descobrem que tiveram a doença anos depois, quando uma cicatriz é identificada durante um exame oftalmológico. Isso acontece porque, em alguns casos, o processo inflamatório inicial pode passar despercebido ou ser confundido com outros problemas visuais.


Como a toxoplasmose afeta os olhos?

O parasita pode provocar uma inflamação chamada retinite, que geralmente vem acompanhada de:

  • visão borrada;

  • manchas escuras no campo visual;

  • dor nos olhos;

  • sensibilidade à luz;

  • vermelhidão ocular.

Com o tempo, mesmo após o processo inflamatório se resolver, ficam cicatrizes na retina, que podem comprometer a visão de forma definitiva, dependendo da região atingida.


Descobrindo as cicatrizes anos depois

Um aspecto curioso da toxoplasmose ocular é que muitas pessoas só descobrem as sequelas muito tempo depois. Durante uma consulta de rotina, o oftalmologista pode encontrar uma cicatriz retiniana característica da doença.

  • Essas cicatrizes podem estar em áreas periféricas da retina e não causar sintomas evidentes.

  • Em outros casos, ficam próximas ao centro da visão (mácula) e afetam de forma importante a acuidade visual.

  • Em pacientes com catarata densa, por exemplo, pode ser impossível enxergar essas cicatrizes até que a catarata seja tratada.

Ou seja, a doença pode ter ocorrido na infância ou adolescência, sem que a pessoa tivesse plena consciência, e deixar marcas que só aparecem muito depois.

Diagnóstico

O diagnóstico da toxoplasmose ocular é feito principalmente pelo exame de fundo de olho, no qual o médico consegue visualizar as áreas inflamadas ou as cicatrizes típicas. Em alguns casos, podem ser necessários exames complementares, como:

  • Tomografia de coerência óptica (OCT);

  • Retinografia;

  • Exames de sangue para detecção de anticorpos contra o Toxoplasma gondii.

Tratamento

O tratamento depende da fase da doença:

  • Fase ativa: geralmente envolve o uso de medicamentos antiparasitários associados a corticoides para controlar a inflamação e reduzir o risco de sequelas.

  • Fase cicatricial: quando já existe uma cicatriz, não é possível “apagar” a lesão, mas o acompanhamento médico é fundamental para prevenir reativações e monitorar a saúde ocular.

Riscos e complicações

As principais complicações da toxoplasmose ocular incluem:

  • Perda parcial ou total da visão, se a mácula for atingida;

  • Formação de cicatrizes que podem crescer ao longo da vida;

  • Maior risco de descolamento de retina em casos graves;

  • Dificuldade no diagnóstico se houver opacidades como catarata densa.

Prevenção

Não existe vacina contra a toxoplasmose, mas algumas medidas ajudam a reduzir o risco de infecção:

  • Lavar bem frutas e verduras antes do consumo;

  • Evitar o consumo de carnes cruas ou malcozidas;

  • Lavar as mãos após manusear terra ou areia;

  • Manter higiene adequada com animais de estimação, especialmente gatos.

Conclusão

A toxoplasmose ocular é uma condição séria, mas muitas vezes silenciosa. As cicatrizes na retina podem ser descobertas décadas depois da infecção, surpreendendo o paciente durante um exame oftalmológico de rotina.

Por isso, manter consultas periódicas com o oftalmologista é essencial, mesmo quando não há queixas visuais. Afinal, detectar cedo possíveis complicações pode preservar a visão e a qualidade de vida.

Foto do Centro Cirurgico de Coimbra: Olho esquerdo, cicatriz de coriorretinite em região macular
Foto do Centro Cirurgico de Coimbra: Olho esquerdo, cicatriz de coriorretinite em região macular

 
 
 

Comentários


bottom of page